Tempos loucos
Já existiam os dias
E também as noites,
Loucas, mas sim,
Existiam.
Os navios negreiros,
Os fétidos corpos,
Aqueles corpos
Que nunca saíram de lá.
E os tempos foram passando
Como se realmente
Existissem ceitas
Ou pragas.
Bichos, Ternuras
travessuras, Desvios.
Mas como sabemos,
Que sempre, um dia
Devemos saber,
Que podemos existir?
Essas curvas nunca acabam,
É um grande ping pong
De obscuras chamas
Que nunca cessam.
Os tempos parecem passar
Mas na verdade
São estáticos.
São os corpos, os andantes.